Incomodados com as faixas irregulares que poluem o visual das ruas do Distrito Federal, conforme o Correio mostrou na edição do último domingo, alguns brasilienses resolveram usar a tecnologia para fazer a diferença. Um grupo de frequentadores da rede social Twitter lançou a campanha Brasília Legal é Sem Poluição Visual. A proposta, liderada pelo jornalista, músico e historiador Luciano Lima, 39 anos, que apresenta um programa semanal em uma rádio da cidade, é coletar o máximo de flagrantes dos tais anúncios que tanto incomodam e depois divulgá-los à sociedade. “A cidade fica feia, suja, dá um aspecto de Terceiro Mundo”, avalia Lima. A campanha surgiu há uma semana, quando o jornalista usou seu microblog no Twitter para criticar a grande quantidade de sujeira acumulada nas ruas durante o Dia Das Mães e o aniversário do Guará, cidade em que vive. De acordo com Lima, alguns pré-candidatos a vagas eletivas já se comprometeram a não sujar mais o espaço urbano com propagandas irregulares e chamativas, pois entenderam que a tendência é a perda de votos. “São eles (políticos) e os microempresários que mais poluem as cidades”, ressalta. Em setembro, o idealizador do movimento pretende divulgar a relação completa de todos os responsáveis pelas faixas flagradas. “A idéia é servir de alerta para o período eleitoral”, explica.
Até ontem, 20 pessoas haviam se comprometido a apoiar a iniciativa, e a tendência é que esse número cresça, já que os seguidores do grupo de Luciano Lima, batizado de Papo Firme, estão encaminhando (ou retuitando) a ideia aos seus próprios seguidores, que devem reencaminhar às suas redes de relacionamento e assim por diante. O nome da campanha foi escolhido pela internauta Alexandre Soca.
A estudante Jéssica Macedo, 20 anos, é outra frequentadora da comunidade virtual que se empolgou com a ideia. Seguidora da Papo Firme, ela se considera twitteira “frenética” e gostou da ideia de tentar banir das ruas os empresários e políticos responsáveis pela poluição visual. “A cidade já não é turística, está cheia de obras para todos os lados. Com essas faixas, a situação fica ainda pior”, reprova. Outra vantagem do esforço coletivo, aponta ela, é que cada um poderá monitorar a situação na sua própria comunidade. Moradora de Vicente Pires, Macedo afirma que sua vizinhança não é das piores neste quesito, e pretende voltar suas preocupações ao lugar que considera mais poluído pelas faixas: o Guará. “Ainda não fotografei nada por lá, mas pretendo começar ainda esta semana”, revela.
Exemplo
O corretor de imóveis Hado San, 40 anos, não frequenta o grupo do Twitter que idealizou a lista, mas também se considera crítico ferrenho das faixas. Por isso, encontrou outra maneira criativa de divulgar os imóveis que vende sem sujar a cidade. Preocupado com a quantidade de anúncios que se multiplicam pelas vias do Distrito Federal, Sam decidiu fazer propaganda dos imóveis que representa aliando música e solidariedade. Na semana passada, lembrou-se do bombeiro militar João Filho, 39 anos, que nas horas vagas se transforma no saxofonista apelidado de Meia-Boca. O músico se apresenta a comunidades carentes e também doa roupas, alimentos e brinquedos a crianças que frequentam o Hospital de Base. Hado Sam propôs uma parceria profissional: enquanto Meia-Boca toca seu instrumento durante as apresentações, tem que carregar a placa de um empreendimento imobiliário no pescoço, contendo o telefone do corretor. Em troca, recebe fraldas para serem distribuídas no hospital. “Encontrei um meio de divulgação que não agride o meio ambiente e ainda promove a cultura”, diz o corretor. E a inovação tem dado resultado. Em uma semana de apresentações, ele já recebeu dez ligações de potenciais clientes atraídos pela música.
Como participar:
O grupo aceita contribuições de cidadãos, desde que as denúncias sejam comprovadas por fotos. Os registros podem ser enviados para correntejuventude@gmail.com. Em setembro, a lista dos responsáveis pela sujeira da cidade será compilada e divulgada nos blogs dos parceiros da iniciativa, além do Twitter. Os idealizadores ainda estudam outras formas de divulgação.
Mutirões serão diários
Responsável por manter as ruas livres das faixas de propaganda irregular, a Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) garante que há equipes cuidando do problema diariamente e todos os anunciantes pegos são punidos com multa (1). Além disso, ontem a Administração Regional de Brasília decidiu unir forças e irá ajudar o órgão a combater os anúncios ilegais. Uma van e 10 funcionários da Zeladoria da cidade participarão do mutirão diário de retirada das faixas.
Diariamente, os fiscais percorrem roteiros pré-determinados, privilegiando locais muito frequentados. Nas vésperas de feriados e fins de semana, realizam mutirões simultâneos em todas as cidades do Distrito Federal. “O problema é que a gente limpa de um lado e do outro já surgiram novas faixas. É uma falta de educação impressionante”, afirma a coordenadora de Fiscalização de Limpeza Pública da Agefis, Cláudia Mourão.
Os valores das multas variam de acordo com o material encontrado. Se a faixa tiver entre um e seis metros, o valor é de R$ 340,18. Para anúncios cujo tamanho varia entre 6 e 10 metros, a multa sobe para R$ 680,39. Todas as publicidades com tamanho superior a 11 metros rendem multa de R$ 1.020. Os valores são cobrados por unidade apreendida. Quem receber a punição tem até 15 dias para pagar o valor. Se não cumprir o prazo, é inscrito na Dívida Ativa do DF. (MM)
1 - 210 por dia
No ano passado, o órgão afirma ter recolhido 76.868 faixas. De março deste ano até o momento, já foram retiradas 12 mil unidades. A soma de todas as multas aplicadas neste mesmo período chega a R$ 148.736, 91. “Não fazemos mais porque precisamos de uma frota maior. As áreas onde as propagandas são colocadas são muito grandes, mas já estamos nos articulando para aumentar o efetivo”, adianta Cláudia Mourão, da Agefis. Quem quiser denunciar estabelecimentos e pessoas que fazem divulgações irregulares em área pública pode ligar para 156.
Fonte: Correio Braziliense - Mariana Moreira
Até ontem, 20 pessoas haviam se comprometido a apoiar a iniciativa, e a tendência é que esse número cresça, já que os seguidores do grupo de Luciano Lima, batizado de Papo Firme, estão encaminhando (ou retuitando) a ideia aos seus próprios seguidores, que devem reencaminhar às suas redes de relacionamento e assim por diante. O nome da campanha foi escolhido pela internauta Alexandre Soca.
A estudante Jéssica Macedo, 20 anos, é outra frequentadora da comunidade virtual que se empolgou com a ideia. Seguidora da Papo Firme, ela se considera twitteira “frenética” e gostou da ideia de tentar banir das ruas os empresários e políticos responsáveis pela poluição visual. “A cidade já não é turística, está cheia de obras para todos os lados. Com essas faixas, a situação fica ainda pior”, reprova. Outra vantagem do esforço coletivo, aponta ela, é que cada um poderá monitorar a situação na sua própria comunidade. Moradora de Vicente Pires, Macedo afirma que sua vizinhança não é das piores neste quesito, e pretende voltar suas preocupações ao lugar que considera mais poluído pelas faixas: o Guará. “Ainda não fotografei nada por lá, mas pretendo começar ainda esta semana”, revela.
Exemplo
O corretor de imóveis Hado San, 40 anos, não frequenta o grupo do Twitter que idealizou a lista, mas também se considera crítico ferrenho das faixas. Por isso, encontrou outra maneira criativa de divulgar os imóveis que vende sem sujar a cidade. Preocupado com a quantidade de anúncios que se multiplicam pelas vias do Distrito Federal, Sam decidiu fazer propaganda dos imóveis que representa aliando música e solidariedade. Na semana passada, lembrou-se do bombeiro militar João Filho, 39 anos, que nas horas vagas se transforma no saxofonista apelidado de Meia-Boca. O músico se apresenta a comunidades carentes e também doa roupas, alimentos e brinquedos a crianças que frequentam o Hospital de Base. Hado Sam propôs uma parceria profissional: enquanto Meia-Boca toca seu instrumento durante as apresentações, tem que carregar a placa de um empreendimento imobiliário no pescoço, contendo o telefone do corretor. Em troca, recebe fraldas para serem distribuídas no hospital. “Encontrei um meio de divulgação que não agride o meio ambiente e ainda promove a cultura”, diz o corretor. E a inovação tem dado resultado. Em uma semana de apresentações, ele já recebeu dez ligações de potenciais clientes atraídos pela música.
Como participar:
O grupo aceita contribuições de cidadãos, desde que as denúncias sejam comprovadas por fotos. Os registros podem ser enviados para correntejuventude@gmail.com. Em setembro, a lista dos responsáveis pela sujeira da cidade será compilada e divulgada nos blogs dos parceiros da iniciativa, além do Twitter. Os idealizadores ainda estudam outras formas de divulgação.
Mutirões serão diários
Responsável por manter as ruas livres das faixas de propaganda irregular, a Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) garante que há equipes cuidando do problema diariamente e todos os anunciantes pegos são punidos com multa (1). Além disso, ontem a Administração Regional de Brasília decidiu unir forças e irá ajudar o órgão a combater os anúncios ilegais. Uma van e 10 funcionários da Zeladoria da cidade participarão do mutirão diário de retirada das faixas.
Diariamente, os fiscais percorrem roteiros pré-determinados, privilegiando locais muito frequentados. Nas vésperas de feriados e fins de semana, realizam mutirões simultâneos em todas as cidades do Distrito Federal. “O problema é que a gente limpa de um lado e do outro já surgiram novas faixas. É uma falta de educação impressionante”, afirma a coordenadora de Fiscalização de Limpeza Pública da Agefis, Cláudia Mourão.
Os valores das multas variam de acordo com o material encontrado. Se a faixa tiver entre um e seis metros, o valor é de R$ 340,18. Para anúncios cujo tamanho varia entre 6 e 10 metros, a multa sobe para R$ 680,39. Todas as publicidades com tamanho superior a 11 metros rendem multa de R$ 1.020. Os valores são cobrados por unidade apreendida. Quem receber a punição tem até 15 dias para pagar o valor. Se não cumprir o prazo, é inscrito na Dívida Ativa do DF. (MM)
1 - 210 por dia
No ano passado, o órgão afirma ter recolhido 76.868 faixas. De março deste ano até o momento, já foram retiradas 12 mil unidades. A soma de todas as multas aplicadas neste mesmo período chega a R$ 148.736, 91. “Não fazemos mais porque precisamos de uma frota maior. As áreas onde as propagandas são colocadas são muito grandes, mas já estamos nos articulando para aumentar o efetivo”, adianta Cláudia Mourão, da Agefis. Quem quiser denunciar estabelecimentos e pessoas que fazem divulgações irregulares em área pública pode ligar para 156.
Fonte: Correio Braziliense - Mariana Moreira
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